Quando a Alice cresce muito no País das Maravilhas, os pássaros, apavorados, gritam "Serpente!". Mas quem são os pássaros? O País. E o país, imaginário como tal, nada mais é que Alice ela mesma. Portanto, nota-se, todo o caso é apenas um subterfúgio da menina para se acusar da própria deformação; cresceu tanto que virara serpente.
A desfiguração da Alice - que é imaginária, portanto, é o leitor já retransfigurado (situação que se torna ainda mais complicada, dado que o leitor, aqui, é você, mas, no livro, sou eu) - significa nossa impossibilidade de reconhecermos quando comemos o cogumelo e ficamos muito grandes. Ouça-se Jefferson's Airplane. Pois bem, ao assumir proporções gigantescas, ao expandir-nos o limite do eu, encontramos vigor e vitalidade, sentimo-nos completos. Ou seja, o que não devemos ser. Ou seja, um monstro.
Serpente. Hidra.
Nossa potência é mortal e constrangedora.
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
RispondiEliminaLá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Quando a gente tá contente
Tanto faz o quente, tanto faz o frio, tanto faz
Que eu me esqueça do meu compromisso
Com isso ou aquilo que aconteceu dez minutos atrás
Dez minutos atrás de uma idéia já deu
Pra uma teia de aranha crescer e prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro começa a doer
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Quando a gente tá contente
Gente é gente (gato é gato!)
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser deve fazer bem
Nada que você comer deve fazer mal
Quando a gente tá contente
Nem pensar que está contente
Nem pensar que está contente a gente quer
Nem pensar a gente quer, a gente quer
A gente quer, a gente quer é viver
hummm, interessante!
RispondiEliminalucas, vc podia me dar o alice no pais das maravilhas de aniversário né? ou o livro do calvino, do viajante / noite de inverno / se (esse é um nome esquisito hahha)
RispondiEliminapode ser de sebo. hahahahah