Tememos a tudo e a todos, e essencialmente nesse momento, tememos a vocês. A falta será sentida. Honramos a esse tempo de despedidas, onde aprendemos a dizer as palavras que ardiam na garganta, e pedimos pela ajuda que ninguém pode dar. Continuamos aqui, estamos todos aqui menos vocês, que foram. Abandonados, oramos aos que nos deixaram para que se perdoem a si por esse ato. (Na verdade, queremos nós mesmos nos libertar da culpa de ficarmos sós).Pedimos que ninguém mais nunca se vá, sobretudo a mim. E pedimos indulgência pela fraqueza passada, no último momento de comunhão com amigos, reconhecendo, talvez uma primeira vez, tudo o que nos acusavam a tempos.
Oramos aos mortos, mas somos céticos e não cremos que haja uma alma para nos ouvir. Oramos sobretudo para comigo mesmo.
(Homenagem à um amigo que tem de superar uma perda. Ninguém que EU conheça morreu)
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