mercoledì, febbraio 23, 2005

Uma breve história verídica

(aproveitem, que isso é raro por aqui)

O Alê é um sujeito contemporâneo.
Não conheço, nunca falei com ele, nunca vi mais gordo, nem mesmo no orkut.
Segundo o icq dele (uin:100159153), ele se chama Alexandre Ferreira, tem 29 anos - imagino que seja uma idade particularmente difícil, os 30 anos são um limite até segundo o que o Marlito disse que o Sartre (é assim?) escreveu. Mora aqui em São Paulo, é taurino, gosta de linguagens de programação, jogar futebol, viajar tanto para o litoral quanto para o interior e parece ser espírita.
O cara é provido de certa cultura, tendo em vista que sua página é essa aqui, com citação a Pompeu e tudo o mais.
E agora pouco, numa madrugada de terça para quarta, Ale (Alexandre no icq) decidiu ligar seu computador, procurar um sujeito completamente desconhecido - eu - e iniciar uma agradável conversa com a simpática e esperada frase: (ipsis literis)

vc curte at ou pass?

Só isso. Sem nenhum "oi"; "te vi no orkut"; "você vem sempre aqui?"; "tudo bem?"; "que balada você gosta? frequenta a loca, ou o wings?"; "posso te pagar um drinque?"; "ei, gatinho, você é entendido?". Nada. Se eu fosse uma garotinha oprimida, me sentiria um pedaço de carne exposto num açougue online. Ou se eu fosse uma vadiazinha oprimida, ia me achar gostosa pra caralho. Eu sendo eu, só fico feliz por não ter desistido nem do icq e nem do blog.




Nota do tradutor: embora não haja denotação específica para as expressões at e pass, o uso das duas concomitantemente numa conversa com desconhecidos no icq leva a elaborar a teoria de que se refiram a ativo e passivo, respectivamente.

martedì, febbraio 15, 2005

boom boom in the zoom zoom room

(O título é uma mentira. É só um nome engraçado de uma música que é uma belezinha... meio jazz sexy de cabaret depois da new wave. Tentem ouvir por aí. o título verdadeiro se encontra aí em baixo, em negrito. E por meio brega, entendam totalmente. E foda-se o excesso de metáforas fechadas, eu quiz.)

The Summer of Love ou Vontade meio brega de entender um pouco esse mundo assustador

E ficamos sabendo que cerca de metade de nós tinha de morrer em breve; não importava quem, contanto que estivessem mortos. Portanto nos coube decidir. Subimos, então, ao alto da torre mais alta, no topo do mundo, onde pudemos ver todas as coisas bonitas que há. Demos as mãos em roda, e embalados pelo ritmo frenético dessa beleza excessiva, começamos a dançar. A dança durou por um mês ou dois, mas o tempo objetivo diz que foi uma eternidade, uma vez que absortos no ritmo, perdemos qualquer contato com nossas memórias, com a realidade. Depois de uma aceleração infinita, eis que metade do grupo foi atirado da roda, com força tão grande que quebrou as grades da torre. Todos aqueles que foram arremessados caíram no mundo lá em baixo e a lei da gravidade os fez ser destruídos pelo próprio peso. Foi um choque. Ninguém esperava isso, porque os outros perderam a memória. Eu revelei as que guardei, de quando planejamos nosso sacrifício, e me chamaram de assassino. Estão furiosos. E nem podem ver os fantasmas de nossos amigos que se elevam mais rápidos do que cairam, para o alto acima da torre, ver mais do que vimos. Porque a eles está reservado também o prazer da beleza que não há.

venerdì, febbraio 11, 2005

Me Alimenta

Me alimenta. Que eu tô com fome. Tenta me entorpecer, porque eu estou sóbrio; e se eu não ver a terra girar, acho que nunca vou conseguir me mexer sozinho. Talvez me bata, me machuque, para que eu fuja e descubra o mundo. Ou então me acolha, me deixe aninhar no seu colo até eu ficar mais forte, mesmo sabendo que já era a hora de estar pronto. Mas por favor me dê algo pra comer, que minha barriga ronca e eu já não posso mais. Estou aqui, faminto, morrendo, congelado no calor dessa cidade. Cidade fantasma de dez milhões de habitantes. Me alimenta.



Há, letra de música:
(quer dizer, só um refrão que no momento é o que importa e ninguém nunca lê inteiras mesmo)

So take me home, don’t leave me alone
I’m not that good, but I’m not that bad
No psycho killer, hooligan guerilla
I dream to riot, oh you should try it
I'll eat parole, get gold card soul
My joy of life is on a roll
And we’ll all be the same in the end
Cos then you’re on your own
Then you’re on your own