lunedì, gennaio 31, 2005

O que um trabalho digno e verdadeiro pode fazer com você.

O trabalho é um grande defensor, divulgador e promotor da mentira.

Trabalhar faz as pessoas mentirem compulsivamente, alegremente e descaradamente.

Muita gente nunca tinha mentido antes do primeiro expediente, e se viu surpresa ao fim do dia contabilizando as prórias lorotas, cascatas e inverdades.

Da mesma forma, ou até pior, profissionais liberais são criaturas totalmente incapazes de pronunciar uma verdade, a exceção dos advogados, que ainda sabem como fazê-lo, mas escolheram guardar esse último recurso para emergências.

Se nas drogas se inicia com o álcool e a maconha, as mentiras trabalhistas nascem do hábito quase natural de dizer "eu já estou terminando" sobre o que você nem começou, e com os impressionantes (e quase sempre estúpidos) "pode deixar que eu faço". Quando vê, o mentiroso já se inseriu num mar de falsidade, e anuncia disparates como "meu chefe é um grande amigo meu" ou "todo mundo no escritório é incompetente, eu levo tudo nas costas".

As mentiras do trabalhador vem em pares de oposição, portanto, se alguém te disser: " Isto é praticamente impossível", entenda que é algo fácil que ele não quer fazer bem feito; bem como "Isso é muito fácil" é uma vil tentativa de delegar uma tarefa absurda e inatingível. Caso similar é o dos mentirosos que convencem ao mundo e a si mesmos de que há uma proporção inversa entre a velocidade da sua produção e o bom acabamento dos resultados. A clássica disputa entre "Claro que os relatórios de fulano são impecáveis. Ele leva uma semana pra fazer!" e "Bom, se Beltrano te entrega sete planilhas por dia, certamente tem a ver com o fato de elas não virem organizadas em sub-pastas alfabéticas com perfume de morango." Mas aí já estamos falando de mentir para si mesmo e começando a ficar pentelhos.

Há também aqueles que já são profissionais da engação antes de terem uma profissão para enganar. Adúlteros que vão "ficar de plantão até tarde, querida.", veteranos sádicos que vão "contar as historinhas da firma pra você se familiarizar" e mitomaníacos ricos que não precisam de um emprego mas não resistem às oportunidades.

E lembre-se, se você chegar completamente alcoolizado no serviço, significa que você está TRABALHANDO demais, e mal tem o tempo necessário de se recuperar.

giovedì, gennaio 27, 2005

Papai e a Pá

- Meu pai esconde cadáveres. Juro! Ué, você perguntou o que ele faz e eu respondi. Na outra escola não acreditaram também, sabia? Mas é verdade. Não sou louco não! Se você quiser, eu trago uma prova! Dããã, ele esconde porque não quer que as pessoas achem, oras. Por que a sua mãe esconde os biscoitos? Viu? Hmn, sei lá, acho que da polícia... meu pai fica nervoso sempre que tem polícia por perto, então acho que ela não pode achar os presuntos. Não, meu pai não esconde carne de porco! "Presunto" é o jeito que o chefe dele chama gente morta. Minha mãe que me ensinou a chamar de cadáver. Ela acha mais poético e instrutivo.
"Uma vez o chefe chegou correndo lá em casa, suado, no meio da noite. Gritou até o meu pai sair. Eles estavam tão assustados olhando pra própria sombra que nem perceberam que eu entrei no carro e fui com os dois. O seu Astozzi, que é o nome engraçado do chefe, falou que tinha matado um cafetão por acidente, que ele tava muito chapado, o pó, sabe como é? A minha mãe também diz que quer matar alguém quando vai tirar o pó das coisas, mas acho que não é do mesmo tipo... A gente chegou no lugar onde o tal do cafetão tinha morrido, e eu fiquei um pouco triste, porque eu perguntei pro meu pai se ele era um cafetão, cadê todo o café, que eu queria um pouco porque tava com muito sono, e ele riu e foi explicar que cafetão não queria dizer isso, daí percebeu que eu tava lá e deu um berrão enorme comigo que eu caí no chão e comecei a chorar. Meu pai pediu desculpas, fez um cafuné, e pediu pra eu fazer segredo, por isso que não é pra contar pra ninguém da outra sala, tá bom?"
"Aí ele levantou e eles começaram a conversar, eu só olhando. Meu pai avisou que o serviço era muito em cima da hora e que o sujeito era tão gordo que ele ia ter que cobrar o dobro, mas o homem falou alguma coisa de família e então o papai só cobrou cinquenta porcento a mais. Pegou um dos enormes plasticões pretos que ele guarda no porta malas do carro, estendeu do lado do presunto e pediu pro Astozzi ajudar a enrolar aquele monte de banha; depois, cortou uns pedaçoes bem grandes de corda com o canivete suíço e amarrou bem apertado, pra não desfazer o embrulho. Na hora de colocar dentro do carro, eles quase quebraram a coluna. O corpo era tão grande que não coube direito, e meu pai teve que pegar um bastão de metal e ficar batendo e entuchando até dar pra fechar. Ficou tudo manchado de sangue, e meio fedido, minha mãe ficou uma fera. Aí a gente foi prum aterro sanitário, onde tinha menos sangue, mas fede bem mais. Meu pai pegou uma pá e começou a cavar uma cova. Eu peguei o canivete e cortei um dedinho em segredo, pra guardar de recordação. É verdade, juro! Quer ver? Tá aqui no meu bolso... ei, volta aqui, espera! Droga, odeio almoçar sozinho!"

mercoledì, gennaio 19, 2005

Está acabando, e por isso mesmo parece melhor do que de fato é.
Mas, ainda que talvez não seja tão bom, não quero que acabe.
Absolutamente nada é absoluto, muito menos a terra do nunca, e portanto não há muito o que fazer. Espero que isso seja apenas uma casaca de ovo a se quebrar por dentro. Se nada dura para sempre, as angústias também passarão.

giovedì, gennaio 13, 2005

Ok, computer.

Meu computador cometeu suicídio. Estou com saudades (e sem postar).

Mas um HD pode ter uma sobrevida graças a criogênia, e isso é algo que me agrada saber.

Mas, para se saber: Guerra é guerra! Só que, depois da convenção de Genebra, isso ficou cada vez mais non-sense!

Uma balada Dândi ou um Sarau Beatnick? O que você prefere?

E se tudo der certo, esse vai ser o primeiro blog com gerador de caractéres, e isso é muito legal. Quando eu voltar a ser um interneteiro.

domenica, gennaio 02, 2005

Eu estou em síndrome de abstinência de gente.

Feliz 2005. Começou bem.